segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ai de mim

Estou num momento incostante, feito de mesclas de plena felicidade e plena inquietude.
Quero menos julgamentos. Quero saber o verdadeiro sentido do tal livre-arbítrio.
Eu quero música, eu quero voz...

Quero confusão, bagunça, como quando te desejo e não posso ter. Como quando sei que te quero e desejo não querer mais.
Ai de mim, pecadora...

Extremos!

Mente repleta de momentos bons, de lugares bons, de sorrisos bons, de amigos bons.
Inconsciente saturado de pensamentos insanos, de vontades absurdas, de desejos imorais.
Ai de mim, na simples condição de ser vivente e pecador...
Ai de mim, que só quero mesmo ser feliz de verdade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

É hora de mudar. É hora de ter forças pra mudar.
Preciso buscar o que, de fato, é bom pra mim
e parar de correr atrás do que julgo que me fará bem
num futuro que não sei quando há de chegar.
Futuro,
eu quero é tudo o que vier
tudo o que você, ó Futuro, mandar.
Mas mande o que é bom pra nós.

É. É hora de mudar.
Momento de ver as estrelas do céu
e não as dos seus olhos.
Momento de sentir o cheiro da noite que chega
e não o seu cheiro que me embriga e se vai.
É hora de seguir a intuição
de calar um pouco o coração
e apenas ouvi-lo bater, nada falar.
Hora de cantar o mundo, cantar ao mundo.

É hora de me mudar
Mudar daqui, mudar de mim, mudar de você.
É hora de pular nas asas da primeira ave que passar
de fechar os ouvidos pra qualquer canção que não seja a minha
de fechar os olhos pra qualquer luz que te ilumine e me ofusque
de dizer ao mundo que eu vivo
não apenas em função de te ver me olhando.

Vou pegar carona com a Liberdade
pra correr atrás do meu futuro.
É isso.

domingo, 16 de maio de 2010

"(...) - Eu percorrerei o mundo inteiro para te matar um desejo! E, quando dormires, estarei ao teu lado, pedindo a Deus que te dê bons sonhos e encha tua alma de consolações.
- Como sou feliz agora, meu amigo...
- Sim, tu serás muito feliz, porque aqui não haverá ódios nunca, nem invejas, nem ambições, nem vícios; aqui só o amor existe! Este é o seu reino; nada aqui vive senão dele e para ele! Amarmo-nos será o nosso único destino e o nosso único dever. (...) Olha para cima da tua cabeça; olha para baixo dos teus pés; olha para os lados e observa! Está tudo amando! Em cada beijo que damos, um infinito de vidas se forma entre nossos lábios!"
('O Homem' - Aluísio Azevedo)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Por favor, vem!". É o que a noite parece dizer assim que chega. A noite tão negra, tão crua, tão nua, noite de Lua, a noite tão noite, adormecendo quem acordou, descansando quem correu, abraçando quem sofreu. "Por favor, vem!". Ela me chama tão forte a ponto de me doer a mente só de pensar em negar seu convite. Ela me chama. Pra desvendar o mundo que agora não está em si. Pra descolorir o que o dia, a contra-gosto, coloriu. Pra traduzir o que ninguém soube explicar e, quem sabe, entender o que até hoje, até agora, eu não entendi.
"Por favor, vem!". É o que eu vou dizer à noite assim que meu interior não quiser anoitecer. Preciso de calma, preciso de cama, silêncio, frio. Preciso descansar, me acalmar. "Por favor, vem!". Eu grito isso e até me dói a garganta, seca a boca. Necessito da noite em mim. E a noite me quer nela.
A noite me chama. E eu vou.