quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Então me diz

A gente vai levando assim: eu aqui, você aí e tudo no mais perfeito caos. Tanta bagunça por aqui, tanta falta de jeito, tanto medo de estragar a imagem que eu custei a construir. Eu dou valor, sabe? Mas não adianta, a tendência sempre é essa: esfriar, perder um pouco da força, achar que os motivos não são tão fortes quanto antes. É que tá tudo engasgado, tudo dito pelas metades, todas as brincadeiras com fundos de verdade e você parece não ver. Tá tudo na sua frente, eu joguei aí pra você conferir, eu te abracei de forma a dizer 'fica! Por favor, fica!', eu me assustei, me apavorei e, por fim, quem foi embora fui eu. Eu tenho é medo. Preciso mesmo rasgar o peito, virar os copos, fumar os dedos? Então me diz que você não entendeu o jeito com que eu te olhava e eu digo que nunca entendi os olhares com que me retribuía, digo que não te vi sorrindo sem motivo. Então me diz que você não entende as brincadeiras e eu digo não gostei dos abraços. Me fiz passar por você, levei seu nome no pescoço, levei seu cheiro no braço e seu sorriso no rosto. Te mostrei meu império, meu hino, meus pecados, minha sede por indulgência. Então me diz.. Me diz que você não viu que eu fiz o que fiz pra mudar o meu caminho e talvez te encontrar por aí.