terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tal como é




Fugindo como quem corre do vento, com uma música na cabeça que é pra quando não souber mais o que falar. Tem sido assim há muito tempo. Desistindo de muita coisa, sempre com uma desculpa pronta pros erros que sabe que são muito prováveis que ocorram. Ora, se já sabe dos erros que cometerá, por que não os impede? Talvez isso não seja da sua competência ou você não quer que seja. Se livrando de qualquer peso do rosto quando entrega sorrisos sinceros, mas embutindo pesos no seu interior por não saber o que fazer com eles. 'Ninguém é obrigado a pegar meus pesos e tê-los como propriedade privada e, se ninguém vai pegá-los, pra quê jogá-los fora?'. É isso o que você pensa? Pobre.
Brincando como quem nunca sabe o que está por vir, mas sempre com um pensamento sério em mente que é pra quando a brincadeira perder a graça. Sempre com emoções à flor da pele, à flor da mente, com uma flor na mão. Não, ninguém vai pegar a flor.
Fugindo sem saber pra onde ir, com uma foto na bolsa que é pra quando a saudade bater, que é pras lágrimas terem o que molhar quando insistirem em sair, que é pra memória se lembrar que houve algo bom de onde se saiu correndo, com raiva da monotonia. Abraçando muito e sempre que é pra libertar os anjos interiores. Assoviando melodias que revelam o ritmo da alma e escrevendo algumas palavras em ordem que revelam os desejos íntimos.
Olhando constantemente pro céu que é pra ter onde se refugiar quando nada parecer ter sentido. Chorando muito fácil que é porque não tem como mudar isso. Realmente não tem. Não é fraqueza, nem autopiedade. É apenas um jeito dolorido de ser que talvez ninguém vá entender e nem queira.
Lutando contra os sentimentos como quem depende disso pra viver. E pode ser que dependa. Criando uma memória seletiva, com uma faca na mão que é pra ferir o que insistir em não ir embora, mesmo que em vão. Tentando ter certeza de uma vida póstuma que é pra quando o coração resolver parar de bater. Deixando aqui no vento o meu endereço que é pra quando alguém quiser me achar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Toda força possível




Ah, menina, força! Saiba ser resistente, ser forte, ser firme. Assim, quem sabe, será mais bela. Tenha o olhar fixo, o coração constante, a respiração normal, a emoção inerte. Força! Não se deixe levar, não se deixe abater. Seja forte como nunca. Não chore, não piore a situação. Sem drama, sem medo, tenha raça. Estabilidade. Equilíbrio. Não! Não! Isso não é ser forte, é ser fria. Menina, deixa isso pra lá, tenta apenas ser feliz. Entendeu? SER FELIZ.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

E cai...





Olha, o céu tá caindo!
Peço atenção
O mundo cai
A vida em queda
Eu aqui, com os pés no solo
Já caí.
Meus sonhos caindo
A cabeça caiu.
Será possível?
Tudo o que preciso
Tá no chão!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Esquece





Eu tentava entender o que se passa
e tentava não chorar
sem desespero
esquecia do tempo
olhava pra mim
Mas nos meus detalhes
eu te via
na minha confusão
você sorria
e quando eu te buscava
fugia

Eu tentava esquecer o que ameaça
e só lembrava de você
Lembrei do cheiro que não passa
do riso que faz com que eu me renda
de graça
do medo que entra, vai, volta, se senta
ao meu lado, na praça

Não, você não sabe o que eu passo
Eu me arrepio
me desespero
Aqui dentro eu sinto frio
tenho medo do que quero.
Não, você não sabe o que eu penso
talvez você não pense
talvez você não queira
talvez isso me mate
talvez eu não exista porque isso já me consumiu.
Esquece.