quarta-feira, 21 de julho de 2010

Que o vento traga...

Lembro do amor das rosas. Lembro das rosas. Grandes, marcantes, com um cheiro inesquecível em cada centímetro quadrado de suas pétalas vermelhas, vivas. Belas rosas. Lindas. Únicas.
Ah, eu lembro do amor das rosas. Era um amor lindo. Um amor que não se via. Aquele amor que pairava no ar, fazia o dia mais belo, fazia o sol mais quente, o vento mais gostoso. Tudo tinha um toque lilás, que pintava o céu e corava os rostos humanos. Amor de rosa é lindo!
Sim, lembro do amor das rosas. Era um amor que se completava, se igualava, se refazia, se inventava. Era um amor com gosto, com cheiro e forma. Era um amor eterno. Porém o fim dos tempos se aproximou rápido demais, a eternidade acabou. Mas ainda há no vento as juras, os sonhos. Que o vento traga tudo isso de volta. Que o vento traga...
Pensei que amor de rosa fosse pra sempre.
Agora, espero que tudo reviva na eternidade do inconsciente. E na eternidade do consciente também, que é mais real, menos ilusório. Espero que tudo seja eterno. E que a eternidade dure.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Assunto comum

Decidi que não vou falar de mim. Nem dos meus desejos particulares. Resolvi falar de um assunto comum, que às vezes me sufoca, assim como a muita gente. Gente medrosa. Apavorada. Temerosa. É preciso perder o medo.
Medo... Medo de se abrir, de se sentir, de ser, de se permitir, de viver o que se quer.
Isso de se deixar guiar sempre pelo medo é uma forma mais sutil de permitir que tomem as rédeas da sua vida sem que você se dê conta. E quando vê, já é tarde. O medo consome. O medo corrói. É uma inibição da qual é preciso se libertar, não sempre, mas às vezes, porque isso de se mostrar demais é pedir pra sofrer a vida inteira. Não digo para mentir, mas omitir de vez em quando não faz tão mal assim.
Sabe, eu vejo o medo que cai pelo canto da boca de quem o vive, que se evapora e baila pelo ar, que penetra nos poros dos rostos que encontra pelo caminho, que se apodera dos corpos nos quais penetra e que às vezes não cai pelo canto da boca, mas pelo canto do olho. E depois que cai assim, se eleva ao céu, chove. Contamina.
Há muitas pessoas que se entregam ao medo, muitas. Isso tem um nome: genocídio. Mas também não quero falar de mortes, ainda mais se forem lentas, dolorosas, cruéis, como as que o medo proporciona.
Tenho motivos pra falar de medo. Vejo gente que perde oportunidades por conta dele. Que perde a própria felicidade, que perde a chance de ser mais feliz. Vejo gente que podia ser perfeita, mas tem sempre um pouco de medo manchando o pano azul da perfeição. Sim, a perfeição é possivel, só depende dos olhos de quem vê. Mas não há olhos que deixem o medo passar em branco.

terça-feira, 13 de julho de 2010

LTDA.

É normal se sentir sem lugar à vezes. É normal ter medo, se arrepiar, se paralisar. É tudo muito normal, pois normalidade é o que se adequa aos padrões e, cá pra nós, não deviam existir os padrões. Padrões são limites. Por que impor limites? Tudo é tão melhor sem eles. Rebeldia? Justiça. Pois com a existência de limites, alguém sempre sai privilegiado. Alguém sempre está no comando.
Acordei hoje procurando um lugar calmo, com boa companhia e nada pra fazer. Sossego sem limites, entende? É, não consegui, mas tente você algum dia tirar o relógio do pulso e o telefone do gancho. Coloque uma música que te faça bem, pense em algo bom, sorria e chore sem medo. Se quiser, grite, pule na cama, se perca no meio da comida, pegue o dinheiro na carteira e jogue pra cima. Faça o que quiser, SEM LIMITES. Aposto, não vai mais querer regras na sua vida.

domingo, 4 de julho de 2010

É fácil de entender...

Simples: a culpa da dor da gente não é dos nossos sonhos, mas, sim, de quem nos fez ter certeza de que eles se realizariam. Penso que é melhor viver com a dúvida.