sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pensando bem...




Penso no quão complexo é o pensar. No quão doloroso e desgastante se torna esse ato mecânico que me toma, me seduz, me tem por completo. E, por mais que às vezes doa, me vejo dependente, viciada e completamente dominada pela necessidade do pensamento, pelo pensar nos outros, pelo pensar em tudo, pelo pensar na gente que talvez nem exista, pelo pensar no tempo que me envelhece e nos desejos que me transformam.
Penso na tristeza e solidão que deve ser chegar à velhice e não pensar em alguém, mesmo que o isolamento seja bom às vezes. Chegar em uma certa idade e não ter de quem lembrar, alguém que fez toda a diferença no seu passado, que te fez mudar, te fez agir. É, pode ser extremamente triste não pensar em alguém, mas vale a certeza de que alguém pensa em você. Eu, talvez. Quero poder te dar o prazer do confortamento quando nada parecer ter sentido pra você. E faço isso simplesmente por ter certeza de que alguém, seja quem for, você ou qualquer outra pessoa, pensa em mim de vez em quando.
Posso até estar errada, mas essa certeza teima em me seguir e me conforta quando preciso. É bom pensar que alguém pensa em mim na hora de dormir, na hora de acordar, na hora de sair de casa. Alguém deve pensar em mim também na hora de ouvir música, de tocar violão, na hora de cantar. Alguém pensa em mim na hora de atender o telefone, na hora de entrar na internet, na hora de tomar açaí ou comer pão de queijo. Alguém pensa em mim na hora de escrever, na hora de chorar, na hora de rir.
Sabe, pode até ser que não exista ninguém que pense em mim na hora de fazer tudo isso, mas imaginar que existe a mais remota possibilidade de isso acontecer já me faz feliz. Sim, a possibilidade existe, pois estou viva e vivo, mesmo que às vezes não pareça. Sou amor e amo, mesmo que não seja benéfico. Sou pensamentos e penso, porque isso aí já é inevitável.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

É o que acontece





Ando buscando alguma coisa... Coisa essa que eu nem sei se quero encontrar de verdade.
Sinto um vazio por dentro e, na tentativa de preencher tal vazio com tantas buscas, sinto que me perco cada vez mais. Preciso do que não conheço, ou conheço e não sei quão tamanha é a minha necessidade disso.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Um recado pra mim mesma

É um momento crítico. Todo cuidado é pouco. Ao mesmo tempo em que preciso me encontrar, desejo fugir de mim. Não sei o que deve falar mais alto: a necessidade ou a vontade. É maravilhoso não deixar-se abater, ver as dificuldades ocupando apenas o lugar que têm que ocupar e não se apossando de corpos inteiros, de mentes inteiras e de almas inteiras. Quero ver toda essa maravilha nisso que chamo de 'minha vida'.
A hora da verdade se faz notória. Minha parte sã e equilibrada precisa dar uns conselhos ao eu confuso e inquieto que me toma. Estranho. Se tenho em mim duas pessoas distintas movidas pelo meu jeito de ver a vida, por que não faço prevalecer a pessoa que quero? Se é de conselhos que preciso, conselhos terei, conselhos darei, conselhos serei. Pra começar, por que pensar tanto? Quanto mais eu penso, mais me desgasto, mais me recuso, mais eu me canso sem ao menos começar. Eu não devia pensar tanto assim, devia deixar acontecer, esquecer as possibilidades, desistir das teses. Pensar demais faz mal e deteriora o ato de fazer, de ser, de agir.
Pra que tanto apego? Não preciso forçar tanto a memória pra lembrar que o que me era indispensável há alguns anos hoje é indiferente. O apego traz consigo o ciúme, a desconfiança, pois ninguém precisa desconfiar do que não tem importância alguma. Se apegar demais a tudo é pedir pra sofrer e eu não quero nem preciso sofrer.
E pra terminar, eu posso abrir mão de muita coisa desnecessária das quais eu não consigo me livrar. Eu posso ser feliz sem todo esse medo que me acompanha, sem toda essa idealização que me pega no colo e me faz dormir, sem toda essa agonia e esse vazio que me dão a mão e me levam pra passear. Algumas mudanças são essenciais caso eu queira ser feliz de fato, e nem são mudanças tão drásticas. Pior seria ter que mudar de nome, de endereço e de cor.
Estou atrás de paz, buscando constantemente um consolo em tudo o que me parece um refúgio. Estou atrás de verdades que me protejam do que temo porém tenho certeza de que terei que enfrentar. E pretendo enfrentar tudo de peito aberto e cabeça erguida, sabendo que os olhos podem se encher d'água mas o vento vai evaporar as lágrimas que caírem.