quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pós mergulho





Ela chegou em casa e deitou na cama, com os pés no chão, a cabeça enterrada no colchão, os cabelos em desalinho sobre o lençol, os pensamentos vagarosos como se não quisessem passar nunca. E ela não queria que eles passassem, que aquele sentimento passasse, que aquele sorriso bobo acabasse. Ela queria aquilo pra sempre. Suas pernas dobradas, tocando apenas as pontas dos pés já cansados no piso frio e seus olhos abertos fitando o teto, porém vendo o que acabara de ver, lembrando aquele passado recente que ainda suspirava, que não estava morto, havia nascido há pouco e por mais que perdesse forças, ainda estava vivo, latente.
Se viu em um espiral de emoções, um rodeio, uma roda, um rosto, um risco, um rio azul com fios de ouro nas bordas. Continuava a sorrir, a ter devaneios que sabe Deus se viriam a ser realidade algum dia. Ela apenas fechava os olhos e sentia, sorria, sumia, sabia e quase amava.

Um comentário:

  1. Aaah, queria me sentir assim. E como você mesmo diz: Ficou fofo!

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