sábado, 10 de setembro de 2011

Então vai, Ana Carolina!

Não convém mais sentar na porta e esperar o carteiro como se esse fosse trazer a minha vida em algum pacote amarelo rodeado de fita adesiva azul. Não, não convém deitar na cama com o celular no rumo do ombro, bem à frente dos olhos e esperar que ele toque ou vibre ou dê qualquer outro sinal de que alguém quer se comunicar comigo e dizer que está bem e só estava com saudade de ouvir a minha voz, que sente a minha falta, que me queria ali do lado agora. Você sabe muito bem quando as coisas não são mais viáveis e que toda insistência só fará você se machucar mais. É como se você esperasse a vida inteira por provas concretas que te dissessem 'segue o seu rumo' e quando elas finalmente aparecem, você sente uma vontade absurda de tapar os ouvidos ou de se fazer de boba e fingir que não entendeu o recado. Mas agora é hora de fazer as malas, seguir viagem, largar os amores-sem-cabimento pra trás. Estranho como eu já sabia da necessidade dessa despedida faz tempo e só agora eu resolvi, eu estou tentando me resolver, desenvolver, ver além da vontade.
Porque não convém mais guardar chocolate na mochila na esperança de alguma abordagem repentina que fosse me fazer pegá-lo e entregá-lo junto com alguma frase bonitinha decorada de um livro desses que a gente sempre lê. E você se pergunta se eu sou romântica demais, idealizadora demais, sonhadora demais e eu te respondo: eu só me entrego, mesmo que só pros meus sentimentos - mas agora não convém mais.

2 comentários:

  1. Que que isso? Eu adorei!
    Largar amores sem cabimentos? Certo. Mas como saber ao certo se são sem cabimento? Preciso saber pra não me perder de nvo. rs
    "E você se pergunta se eu sou romântica demais, idealizadora demais, sonhadora demais e eu te respondo: eu só me entrego, mesmo que só pros meus sentimentos - mas agora não convém mais." *_*
    Quando não convém, que passe. =*

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