quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Carta I (essa é pra mim mesma)




Primeiramente, não tome isso aqui como um esporro e, sim, como alguns conselhos de quem lhe quer muito bem, de quem precisa de você. É preciso que você tenha algumas mudanças caso queria ser feliz de fato. Não que você não saiba o seu caminho pra felicidade, mas é que da forma como você está indo, vai acabar sofrendo muito e eu não quero isso. Não vou só falar de defeitos, mas vou priorizar aquilo com o que você não sabe lidar.
Para começar, não se apegue tanto assim às pessoas. Pode não ser sempre, mas muitas vezes você vai se decepcionar com muitas delas. Elas não são perfeitas, não crie tantas esperanças. Essa sua visão muito romântica de tudo pode não te fazer sempre bem. Mas é legal, às vezes, olhar pro seu rosto e ver seus olhos brilhando por coisa boba, seu sorriso estampado de orelha à orelha por quase nada. É, assim você se contenta com pouco, não vai exigir muito pra ser feliz, mas por conta disso podem querer não te dar muito, podem querer não se doar por inteiro a você.
Suas idealizações me espantam! Entenda: vai ser muito difícil você encontrar alguém que veja com bons olhos toda a sua dedicação para com quem você gosta. Talvez nem mesmo quem você goste vá entender sua preocupação, sua intensa vontade de saber tudo pra tentar poder ajudar em tudo. Você pode ser uma pessoa presente mesmo não entrando tanto na vida dos outros. Isso de entrar de cabeça na vida das pessoas das quais gostamos nem é tão bom assim. Tirando a parte de que se fica à par de tudo o que acontece, você sofre por coisas que não te dizem respeito.
Às vezes acho que você gosta demais e isso não é bom. Tudo demais faz mal (clichê, mas verdade). Tá, eu sei, 'antes pecar pelo excesso que pela falta', mas é que seu excesso ultrapassa os limites, entende? Vai com calma, goste de tudo na medida certa, não exagere. Gostar das coisas, dos momentos, dos amigos é bom e normal. Digamos, essencial. Mas não passe da quantidade saudável.
Não chore mais por tudo! Não seja tão sensível assim! Quer ser feliz mesmo, não quer? Então aprenda a ser forte, menina! Já que gosta de escrever, afogue-se nas palavras, perca-se no meio delas, entregue-se a elas, fraqueje perante todas elas, perante seus sentimentos ali depositados, mas seja forte perante os outros. As pessoas vêem fraqueza como oportunidade de se passar por cima.
Pra terminar, como uma conclusão um pouco pobre, sem muita sofisticação, vou te dar o conselho que você deveria seguir há muito tempo, desde quando eu o dei pela primeira vez: ah, menina, saiba dosar-se! Siga seu coração, mas saiba dosá-lo também. Dose seus sentimentos, seus medos, seus desejos. Não saia do seu estado de alerta. Todo cuidado é pouco, sempre.
ASS: Eu mesma.

4 comentários:

  1. Auto análise (tem hífen? é junto? anyway) é uma coisa fantástica, e que ajuda a pensar. Faz-nos reconhecer erros e acertos e é bom para direcionar nossos atos.

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  2. Ótima carta? texto? hehe
    Reconhecer que é precisa mudar é o passo mais difícil.

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  3. Personagem romântico, sempre idealizando tudo e tendo sofrimento como causa.
    Equilíbio. A maior e melhor conquista do homem.
    Abraços!

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  4. Foi pra mim né?
    Eu sei que foi... =p

    Como o Hugo disse, reconhecer que é preciso mudar é o mais difícil. Mas acho que já conseguiste. Se não, pra que serveriam essas palavras?

    Muito bom!
    BjO

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